· Marte é o quarto planeta a contar do Sol e é o
último dos quatroplanetas interiores (ou telúricos) no sistema solar. Situa-se entre
Terra e o Cinturão de Asteróides a 1.5 UA do Sol (UA= Unidade Astronômica e
equivale à distância da Terra ao Sol, de 149.5 milhões de quilômetros).
Marte tem muitas
afinidades com a Terra. Assim como nosso planeta, tem um dia com uma duração
muito próxima do dia terrestre e o mesmo número de estações durante o ano.
Marte, também tem
calotas polares que contém água e dióxido de carbono gelados, um imenso
desfiladeiro, planícies, antigos leitos de rios secos e até mesmo um lago
congelado, descoberto há não muito tempo.
Os primeiros
observadores modernos interpretaram as mudanças superficiais do planeta de
forma ilusória, que contribuiu para conferir uma idéia quase mítica. Primeiro
foram os canais, depois as pirâmides, o rosto humano esculpido e a região de
Hellas no sul de Marte que parecia que, sazonalmente, se enchia de vegetação.
Tudo isso levou a imaginar a existência de marcianos com uma civilização
desenvolvida.
Hoje sabemos que
pode ter havido água abundante em Marte e que formas de vida primitiva podem
ter existido.
Superfície marciana
A superfície de Marte é composta principalmente por óxidos de ferro, o que confere ao planeta sua característica cor ocre-alaranjado.
A foto abaixo mostra
uma imagem panorâmica feita pelo robô explorador Spirit em 13 de abril de 2005.
Observe as marcas deixadas na superfície pelo explorador.
O ponto mais alto da
superfície do planeta, e também de todo o sistema solar, é o Monte olimpo, um
gigantesco vulcão com 24 km de altura e com uma cratera de 500 km de diâmetro.
Afastados dali,
outros três vulcões apresentam altitudes de mais de 20 mil metros. Em suas
proximidades destaca-se um gigantesco canyon com mais de 5 mil quilômetros de
extensão com até 2 mil metros de profundidade. Em alguns pontos sua largura
ultrapassa 400 km, como a região do Vale Marianers.
Um número elevado de
crateras de impacto podem ser vistas na superfície de Marte, bem como vales que
parecem leitos de rios secos.
As calotas polares
de Marte apresentam variações nítidas e sistemáticas. No inverno, a camada de
gelo de um hemisfério torna-se tão extensa que chega a meio caminho entre o
polo e a linha do equador.
Com auxílios de
radiômetros a bordo das sondas Mariner, astrônomos concluíram que a temperatura
da superfície da calota é de -132 ºC. Como essa é a temperatura de condensação
do CO2, conclui-se também que os polos são cobertos por gás carbônico sólido,
ou seja neve carbônica.
Atmosfera marciana
Marte possui uma atmosfera bem menos espessa que a terrestre e é formada principalmente de de 50% de anidrido carbônico e vapor d'agua. A quantidade presente de oxigênio é de 1 milésimo à existente na Terra.
Existe em Marte uma
interação entre os elementos da atmosfera e da superfície. Apesar da pouca
pressão atmosférica (equivalente à 30 km de altura na Terra), os ventos podem
ultrapassar 270 km/h e cobrir toda a superfície com poeira.
Redemoinhos, como o
da imagem ao lado, fotografado pelo robô Spirit, são comuns na superfície
(clique para animar).
As estações do ano
são semelhantes à nossa, e levando em consideração que o ano marciano tem
aproximadamente o dobro de dias que o ano terrestre, cada estação dura
aproximadamente seis meses terrestres.
O clima equatorial
marciano se assemelha ao de uma montanha alta em dia claro e seco, onde durante
o dia o calor quase não é amenizado pelas nuvens e neblina. Durante a noite, a
irradiação do calor absorvido durante o dia é muito rápida, fazendo muito frio.
A amplitude térmica entre o dia e a noite são muito altas.
No Verão em Marte, a
temperatura média atinge -36 ºC antes do nascer do dia. Pela tarde, atinge os
-31 ºC, por vezes a média pode chegar aos -4,5 ºC e são raras as temperaturas
superiores a zero graus, mas que podem alcançar os 20 ºC ou mais no equador.
No entanto, a
temperatura mínima pode baixar até aos -80ºC.
No Inverno, as temperaturas
caem até aos -130 ºC nos pólos e chega mesmo a nevar. Mas trata-se de neve
carbônica, já que o carbono é o principal constituinte da atmosfera.
A temperatura mais
baixa registada em Marte foi de -187 ºC e a mais alta, em pleno verão e quando
o planeta se encontrava mais próximo do Sol, foi de 27ºC.
Satélites de Marte
Marte possui dois satélites: Fobos e Deimos. O mais próximo do planeta é Fobos. Seu diâmetro equatorial é muito maior que o diâmetro polar, o que lhe confere uma aparência fortemente achatada. O período de translação ao redor de Marte é de 7h40m e é o único satélite do sistema solar cujo período de translação é menor que o de rotação. Isse é devido à grande proximidade do centro do planeta, de 9.400 km.
Deimos é mais
afastado, situando-se a cerca de 23.500 km do centro de Marte e tem período de
translação de 30h17m. Deimos também é menor que Fobos e tem aproximadamente
metade de seu tamanho.
tanto Deimos como
Fobos possuem forma irregular, se assemelhando à uma batata com aproximadamente
15 quilômetros.
Observando Marte
Marte é facilmente visível a olho nú e as condições de observação mais favoráveis são quando distância entra a Terra e Marte é a menor possível. Isso ocorre dá quando a Terra está no afélio (maior diatância até o Sol) e Marte no periélio (menor diatância até o Sol) e ambos na mesma direção e sentido em relação ao Sol.
Esse fenômeno ocorre
a cada 17 anos dezessete anos, quando a distância entre eles é de cerca de 60
milhões de Km.
Com um pequeno
telescópio é possível ver Marte e suas duas luas e observar até mesmo uma
pequena fase do planeta. Ou seja, em algumas ocosiões é possível notar uma
região não iluminada do planeta. Como marte está numa óbita mais externa que a
da Terra, nunca há fase nova ou de quadratura, e a fase visível nunca se
completa.
Exploração Espacial
Os russos foram os primeiros a enviar uma sonda à Marte, mas não obtiveram sucesso. Logo em seguida os americanos fizeram a segunda tentativa e em 1965 enviaram a Marte a sonda Mariner 4, que foi a primeira a tirar uma fotografia de baixa qualidade do planeta.
Os russos só
obtiveram sucesso em 1974.
Em 20 de julho de
1976 a sonda norte-americana Viking I pousa na superfície marciana próximo à
Chryse Planitia, uma planície circular na região norte equatorial de Marte
próximo à Tharsis, e tira a primeira fotografia da superfície.
Alguns meses mais
tarde, em 3 de setembro, a sonda gêmea Viking II pousa na superfície do
planeta, próximo à Utopia Planitia.
Durante anos estas
duas sondas operaram continuamente até o esgotamento total das baterias.
Em 4 de julho de
1997 a sonda norte-americana Mars pathfinder pousa em Chryse Planitia, na
região de Ares Vallis, com um pequeno robô a bordo. Esse pequeno robô explorou
e investigou diversas rochas e enviou à Terra mais de 16500 imagens, além de
executar aproximadamente 8.5 milhões de medições de pressão barométrica,
temperatura e velocidade do vento.
No mesmo ano, em 11
de setembro, pousa no planeta a Mars Global Surveyor, com a missão de
fotografar, em alta resolução, a superfície do marciana.
No final de 2003,
Agência Espacial Européia faz chegar à orbita marciana a sonda Mars Express que
lança em direção à superfície outro robô, que apresentou problemas e nunca
chegou à enviar sinais. No entanto foi a sonda Mars Express que fez uma das
maiores descobertas, quando detectou os primeiros sinais de água na forma de um
lago congelado.
Outras missões
também foram bem sucedidas, entre elas as explorações dos robôs Spirit e de seu irmão gêmeo Oppontunity,
em atividade no planeta desde Janeiro de 2004 e da sonda Phoenix,
que desceu no planeta em maio de 2008 e explorou a geologia marciana por mais
de 6 meses.
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